sexta-feira, 10 de março de 2017

ALTA INCIDÊNCIA DE CÂNCER NO FUMANTE

Vinte sete anos transcorreram desde que Marc Edell moveu sua inusitada ação no tribunal de Nova Jersey, e as ações de responsabilidade cível contra empresas de tabaco agora alcançam proporções diluvianas.
Em 1994, em outro caso que também foi marco divisório na história dos litígios provocados pelo tabaco, o estado de Michigan moveu uma ação contra vários fabricantes de cigarros para tentar compensar gastos de mais de 1 bilhão de dólares em assistência médica incorridos pelo Estado com doenças associadas ao fumo- incluindo principalmente, o câncer de pulmão.
Michael Moore, o procurador-geral, resumiu o argumento para as empresas tabagistas: ¨Vocês provocaram a crise de saúde; vocês pagam¨.
Outros estados seguiram o mesmo caminho, como Flórida, Texas e Minnesota.
Em junho de 1997, diante da avalanche de processos similares, empresas de cigarro propuseram um acordo global.
Em 1998, 46 estados assinaram o Master Settlement Agreement (MSA), acordo com os quatro principais fabricantes de cigarros-Philip Morris, R.J Reynolds, Brown e Williamson e Lorillard Tabacco Company (que desde 1998, mais de 47 fabricantes de cigarros aderiram a ele).
O acordo inclui forte restrições à publicidade de cigarros, dispersa associações comerciais e grupos de lobby da indústria, permite o livre acesso a documentação internos sobre pesquisas (este foi o ponto mais importante que foi descoberto, milhares de fraudes em pesquisas para que o alcatrão e a nicotina não fossem responsabilizado pela epidemia de câncer no EUA) e propõe a criação de um fórum nacional para instruir o público sobre os perigos que o tabaco representa para a saúde.
O MSA é um dos maiores acordos já alcançados em ações de responsabilidade civil e, talvez mais profundamente, a admissão mais ostensivo de conivência e culpa na história da indústria tabagista.
com os mercados e os lucros em declínio, e com os custos jurídicos em ascensão, os empresários escolheram países subdesenvolvidos para criar novos mercados, e o número de fumantes em muitos deles aumentou proporcionalmente.
O consumo do tabaco hoje é uma das principais causas evitáveis de morte tanto na China, Índia, Brasil e a pobre América Latina e África.
Segundo Richard peto, epidemiologista de Oxford e colaborador de Richard Doll (até a morte de Doll em 2005 por câncer de pulmão), recentemente calculou que o número de mortes associadas ao fumo entre adultos na Índia chegará a i milhão anualmente na década de 2010, e continuará a subir na década seguinte.
Na China, o câncer de pulmão, não contabilizando os de boca, língua, faringe e esôfago, já é uma das principais causas de morte e pode ser atribuído ao fumo em homens.
Não contabilizando em mulheres que nestes países fumam diariamente.
As empresas multinacionais de cigarro atuam como um vetor que espalha doença e morte pelo mundo.
Isso se deve, em grande parte, ao fato de que a indústria tabagista usa sua riqueza para convencer políticos a criar um ambiente favorável à promoção do cigarro.
Para tanto, a indústria reduz as restrições à publicidade e à promoção, e impede a adoção de políticas públicas efetivas de controle do tabaco, como impostos altos, rótulos de advertência em linguagem forte e clara nos maços, proibição de fumar no trabalho e em lugares públicos, companhas agressivas de countermarketing na mídia e proibição de anúncios.
Diferentemente dos mosquitos, outro vetor global de doenças, as empresas de tabaco transferem depressa as informações e estratégias que aprenderam numa parte do mundo para outras.
É difícil transmitir a amplitude e a profundidade da devastação que o cigarro ao causar os cânceres.
Apesar da evidente seriedade do vício e de suas consequências em longo prazo, o consumo de tabaco continua relativamente desenfreado, as taxas de fumantes, que estavam estabilizadas por décadas, começaram a crescer outra vez em certos bolsões demográficos, campanhas antitabaco sem brilho já não exercem fascínio sobre a imaginação pública.
É assombroso e perturbador que vários países do mundo global, esteja anestesiadas, e um dos carcinogênicos mais potentes e comuns conhecidos da humanidade possa ser livremente comprado e vendido, em qualquer loja de esquina, por poucos trocados.
Fim
Dr. Alexandre machado